20150523

ENCHENTE

Maldito, o boi morto colore o meu espanto,
e a insônia no pântano atravessa a resistência ecológica,
onde há peixe morto sobre o boi morto,
onde há peixe morto na capanga de quem sobe o espigão
e vara a chapada, atingindo o lado do sertão.

Maldito,
o boi morto espanta o caçador de mosca, trágico!
Lascivo o rio paranaíba, da nascente ao mar,
arrasta o seu corpo de réptil dourado,

e a enchente estraga a tela verde ao longo da margem.